Por Manuela Estrella
Conhecido como o poeta maldito em sua época, venerado pela opinião pública atualmente. Gostando de literatura ou sendo um leigo no assunto, você certamente já ouviu falar de Nelson Rodrigues. O poeta responsável pela célebre frase "toda unanimidade é burra" é, em consenso quase absoluto, considerado o maior gênio da dramaturgia nacional.
Nelson Falcão Rodrigues nasceu em Recife no ano de 1912. Quinto filho de uma família de catorze, mudou-se para o Rio aos quatro anos e, aos treze, começou sua carreira jornalística no extinto "A Manhã", jornal fundado pelo seu pai.
A redação serviu de cenário para uma das maiores tragédias na vida do autor: o assassinato de seu irmão Roberto, morto por uma socialite carioca no lugar de seu pai que estava ausente, após uma reportagem polêmica a respeito dela.
O fato marcou profundamente a vida do escritor e talvez tenha contribuído para o surgimento do estilo "rodriguiano".
Em uma época em que a ditadura abafava até pensamentos, Nelson deslizou sua língua afiada para o papel e transformou seu incômodo com a sociedade, em textos e peças teatrais que sem pedir licença, berravam aos ouvidos do governo e da aristocracia duras críticas à sua estrutura. Seus textos criticavam a hipocrisia da sociedade retratando o lado mais sujo do ser humano e a sua natureza eminentemente pecadora.
Nelson Rodrigues foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, apaixonado por futebol, que deixou na vida e na memória de todos uma riqueza literária dividida entre peças teatrais, frases, romances, crônicas e contos.
Apesar de falar de temas universais, Nelson conseguia imprimir em suas obras características muito peculiares da sociedade carioca, o que acabou virando uma barreira para que seu trabalho ganhasse reconhecimento também no exterior.
Seus trabalhos também serviram de inspiração para diversas novelas e filmes, como, A vida como ela é e O beijo no asfalto.
Cheio de contradições e polêmicas, ao completar 100 anos Nelson Rodrigues está mais jovem do que nunca e prova sua força e genialidade em suas obras que se mantém atuais ao longo do tempo.
Algumas de suas obras: Meu destino é pecar, Escravas do amor, Minha vida, Elas gostam de apanhar, O homem fiel e outros contos, A dama do lotação e outros contos e crônicas, A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol, A menina sem estrela, Memórias de Nélson Rodrigues, O óbvio ululante: primeiras confissões e A cabra vadia, entre muitas outras.

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